quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Mudanças


Mudança, acontece querendo ou não, pelo tempo, espaço, alegrias,
tragédias, erros e circunstâncias, mudam.
Os gostos, os rostos, as formas, as idéias, alegrias e tristezas.
Não há explicação pra isso, simplesmente mudam. Sem nenhuma
obrigação ou data de validade para alguma outra possivel mudança.
Mudam porque cresceram, porque adquiriram opniões novas, viu que
não era tão feliz com as antigas, talvez, conheceram coisas novas,
gostos novos, cores novas, climas novos, pessoas novas e hábitos novos.
As conversas mudam, os sorrisos mudam, os assuntos mudam, os
amigos mudam e a importância dada para certos problemas também
muda.
É difícil perceber e se acostumar que nada será como antes, nem
todas as mudanças são cem por cento positivas e isso, de um jeito
ou de outro, machuca. Até você mudar de novo. Isso não dá pra
mudar, o 'adiamento da mudança', se é que podemos chamar assim.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Meu funeral, lista.

Esta é a lista de desejos para que meu funeral não seja assim, aquela coisa triste e cruel para com os vivos. É sério. Quem for ajudar na festinha, por favor imprima este e entregue ao mestre de cerimônias. E não reclame, que este é um assunto muito sério. Eu quero um enterro hype.
- Começa pelo defunto em si. Por favor, eu passei a vida andando de jeans e camiseta, com tênis ou haviana e algum acessório estapafúrdio, não me venham com vestidinho preto e casaquinho brega, hein? O moço da funerária deve ser informado para vestir qualquer coisa bem confortável – e deixar um estratégico canivete no bolso da frente, para o caso do legista ter se enganado e eu estar apenas apopléctica, não morta. - O caixão. Muito bem, eu sei que tem a explicação sobre o cheiro. As flores ao redor do presunto espantariam o odor de... bom, de presunto (e não no bom sentido). Mas eu agradeço e recuso. Odeio crisântemos e iria para a cova contrariada caso me colocassem em uma caixa com aquelas flores hediondas. Podem borrifar Carolina Herrera 202 no tecido interno, causa o mesmo efeito e fica mais agradável. Vale um travesseirinho debaixo do meu coco também. Meu pescoço causa dores, é um inferno. - Sobre o som, eu prefiro que role algo que eu realmente gostava, como Beatles. O bom é que é só ajeitar uma disqueteira e colocar ali uns 12 álbuns dos meus rapazes de Liverpool, nem vai dar trabalho. Como assim não tem música em velório? Lógico que tem! No meu vai ter. Se quiser, aparece lá. - Inclusive, seria bom avisar bastante gente, porque não quero ficar com fama de sem-amigos numa hora dessas, tá? Imagina o que os demais defuntos iriam dizer? “Hum, essa aí deve ter sido uma bela jararaca em vida, olha o córum mirradinho que ela teve!”. Eu venho puxar o pé de quem não comparecer, juro. - Para dizer bem a verdade, eu não curto velórios. Acho muito desagradável fazer as pessoas, principalmente as mais amadas, passarem uma noite toda em claro ouvindo papo chato de tia sem noção que diz coisas como “ela tá descansando agora, viu? E você já sabe pra quem vai dar aquele relógio carrilhão dela? Hein?”. Se alguém insistir em fazer pra mim, eu quero que dure uma hora apenas. Ah, vai, isso já é suficiente para saber se o sujeito empacotou mesmo (pois ter essa certeza era, antigamente, o motivo de fazer velório). Se depois uma hora ouvindo gente passar e dizer “olha que rosto bonito, foi em paz” o indivíduo não acordar e gritar “porra, vira o disco!”, é porque morreu mesmo. - Dá para servir um chá de ervas? E uns biscoitinhos de aveia e umas carolinas? Acho que o pessoal vai gostar. E podem até ganhar mais simpatia por minh’alma.
- Olha, podem dispensar também as coroas de flores, viu? Aquilo parece primeiro prêmio de turfe, aquelas coisas que colocam no lombo do cavalo quando ganha o derby. A não ser que todas venham com a inscrição “Cruuuuuza o disco final!”. Aí eu gosto! Até porque, faz sentido. - Digam à minha mãe para não chorar tanto e ao meu pai para parar de tomar providências, por favor. Eu sei que é isso que eles fariam. Se bem que, espero muito, eles não estejam lá para presenciar a coisa toda. Espero, isso sim, seguir para junto deles. Sempre gostei de ir dormir com os dois, não mudariam nem morta. Ops, desculpa o trocadinho numa hora dessas. - Quem vir gente apanhando minha filha (minha pequena Sofia) pelo braço e falando coisas estúpidas tem a licença para lançar o desgraçado para fora da sala com um golpe estilo Chuck Norris. Está jurado: se eu pegar neguinho dizendo a ela “vai sentir saudade da sua mãe, né?” ou “agora você está sozinha no mundo... mas passa lá em casa pra um café”, volto da tumba pra não deixar pedra sobre pedra. - O féretro em si: bom, eu pensei em ser carregada por uns oito rapazes generosos e boas-praças, e não ser levada naquela impessoal mesinha de transporte. Olha, se não forem encontrados nem oito pessoas para me prestar essa última homenagem, podem jogar em qualquer canto, porque significa que ninguém se importa mesmo! - Eu sei, a lista está ficando imensa, mas agüenta só mais um tiquinho; eu queria falar sobre a sepultura. Se possível, gostaria de algo simples, mas com estátua e lápide. E aquelas fotinhos que ficam em uma moldura bonita com ano de nascimento e morte embaixo (tem um clique ótimo de mim, está no desktop, já no tamanho e com boa resolução). Nada de estátua duvidosa, hein? Lembram a dúvida que gerou o túmulo do amasso. Pode ser uma ninfa, uma deusa. Pode ser uma réplica de “Apolo e Dafne” em mármore de Carrara esculpida por italianos e enviada diretamente de Roma? Se pudesse, eu ia ter um descanso tãããão legal... - Sobre a inscrição em si, não sei bem o que deveria ter. Podia parodiar Billy Wilder e escrever “Sou escritora, mas ninguém é perfeito” ou Karl Marx, que usou “Trabalhadores do mundo, uni-vos!”. Ou fazer uma versão própria e gravar “Aqui jaz Thayana. Ei, tem algo atrás de você!”. Ou então "Ela preferiu morrer dormindo como seu avô do que em profunda dor, como os passageiros do ônibus que ele dirigia". - Ei, nada de gracinhas, certo? Se me enterrarem debaixo do solão, sem uma árvore para dar guarida, eu vou aprontar todas naquele cemitério! Já avisei, bom. - Pensando bem agora... ficar lá na terra, sozinha, à mercê dos vermes... Debaixo da terra, dentro de uma caixa lacrada, debaixo da terra... Eu acho que quero ser cremada. Isso aí, cremada! Depois eu mando uma nova lista com as providências! Aguardem em paz.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Aleatóriedade, essa palavra existe?

Para falar a verdade, faz uma meia hora que estou aqui enrrolando diante da tela em branco. A meia hora anterior, passei largada no sofá assistindo Dr. House, são 16:42 e eu ainda não comi nada por preguiça de preparar algo. Daqui ouço a campainha do vizinho seguido pelo latir de um cachorro qualquer, minha mãe acabou de descer pra olhar a obra que tanto perturba meu sono. Cindy (minha gata) só faz dormir ultimamente, acho que ela não gosta mais de mim (hehehe). Essa foto aí é de fevereiro ou março do ano passado, da primeira vez que matei aula na casa de uma amiga pra poder conversar, comer fandangos e perturbar a irmã dela... Isso que cobre meu rosto é uma bolinha muito fofa por sinal, de um lado o rosto de um menino, do outro o de uma garotinha de batom, hehehe. Mas mudando de assunto... Sabe uns livros que você adora, mas demora horrores para terminar? É o que o Bruno me emprestou no meio do ano passado e nao tem 300 páginas. Do lado do livro, um copo d’água meio cheio, esperando ser derrubado pela Cindy e que minha mãe já mandou eu levar pra cozinha - quando eu for almoçar (se é que ainda pode se chamar de almoço) eu levo. Finalizando, quero citar Calvin (o personagem das tirinhas, não o filósofo) e explicar que os dias estão simplesmente lotados. Lotados de que? Sei lá, mas to sentindo eles assim e demoram horrores pra passr, menos quando eu to me divertindo, ai eles passam rápidinho sem se importar ou perguntar se eu queria uma horinha extra. Em condições normais de temperatura e clima, eu provavelmente estaria com um ventilador ligado do lado do computador reclamando a alguém do calor, mas devido aos banhos de chuva que tomei por dois dias seguidos eu prefiro manter distância de qualquer vento direcionado a mim, ainda quero sair amanhã sabe? Aluguem algum filme bom esse sábado, melhor que ficar vendo Caldeirão do Hulk seguido pela novela das seis e daí em diante... Eu vou ficar com meu Dr. House e alguns filmes que peguei emprestado com um amigo. Enfim... quando acabar de ler o livro que Bruno me emprestou comento aqui como sinal de vitória (e falando em vitória, eu não falo é nada)... Acho que fico por aqui. Nunca fui tão aleatória, deve ser pelo carro de som que acabou de entrar aqui na rua, cuja mulher que fala eu não entendo nada, nunca ouvi nada mais distorcido. Ok, talvez tenha até escutado, mas ai é outra história certo?

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Cindy



"Um leão em miniatura que abomina ratos, odeia cachorros e é condescendente com os humanos."
(Oliver Herford)

First;

O Saber Fazer. É assim mesmo, em iniciais maiúsculas, que ando me referindo. A cada dia que passa estou mais e mais convencinda de que as pessoas que sabem fazer coisas são encantadas. Entende, é aquela habilidade para costurar, cozinhar, desenhar, cantar, sapatear e até mesmo ouvir e aconsselhar... Onde aprenderam? Como acham tempo? De onde têm as idéias? Do que essa gente é feita, de agulhas, martelos, tinta e magia? Tudo o que eu não sei fazer, acho que merece ser valioso – moral e monetariamente. Já viu algum senhor muito habilidoso entalhar madeira? Merecia rios de dinheiro por aquilo. De um toco muito do besta, sai um ornamento todo torneado, esculpido, um... um troço lindo do inferno! Esse cheveirinho mesmo (vide fotografia), foi feito a mão por uma garota numa feirinha daquelas japonesas sabe? E acredite, não é tão fácil quanto parece, até tentei fazer um, bem mais simples claro, um coraçãozinho pra falar a verdade e cheguei a conclusão que meu "Saber Fazer" não é com costura, talvez com corte, enfim... Já pensei que, se não fui abençoada com dons para cantar, tocar qualquer instrumento ou praticar um mísero esporte sequer, talvez meu negócio sejam os trabalhos manuais. Não será natural, mas um esforço louco para superar as duas mãos esquerdas – e nada que milhares de aulas não resolvam também, oras. Qualquer Sabe Fazer vale a pena. Moças que saem do magistério costumam saber usar bem o lápis de cor, recortar com precisão e escrever com letra cursiva bem bonita. Já é um doce Sabe Fazer... as crianças, pelo menos, admiram loucamente! “Tia, você pinta a tartaruga sem deixar a cor sair da bordinha!”. Vi uma menina dizer isso para a professora – que seguramente ficou toda cheia de si por Saber Fazer alguma coisa. Pode ser um grafite colorido no muro da rua, uma torta de maçã cujo cheiro alastra pelo bairro, uma blusa de crochê com gola rolê. Uma meia recheada de espuma que vira boneco, uma pulseira só de botões, uma gaveta que seja. Saber Fazer é uma habilidade muito pessoal, mas que faz admirar a todo o mundo. Enfim, meu primeiro post, e espero que um dia que o meu "Saber Fazer" tenha meu reconhecimento... Por que sabe como é, nunca valorizamos o nosso, a grama o vizinho é e sempre será a mais verde.